Durante a cerimônia, a noiva posiciona-se do lado direito do chuppah (diz-se “rupá”, em português), uma tenda normalmente decorada com flores e folhas verdes. É o altar, na interpretação dos judeus. A celebração é dirigida pelo rabino, o sacerdote judeu. A música é bastante diversificada, embora também não se aprove as composições profanas, modernas ou contemporâneas. Apenas são selecionadas músicas clássicas, que não incluem as do gênero sacras. O povo judaico é muito musical, por tradição milenar.
Baseado no ciclo da lua nova do calendário judaico, é costume que os casamentos realizem-se apenas na primeira quinzena do mês, pois é quando a lua está na fase crescente, trazendo prenúncios de prosperidade e fertilidade. Esse período simboliza, também, a esperança de que o amor entre marido e mulher aumente ainda mais ao longo de suas vidas. No chuppah, acompanhando os noivos ficam os pais, irmãos e os rabinos (pode ser mais de um).
O tallit é um xale de orações e faz parte da tradição ser um presente da noiva para seu noivo no dia do casamento. O presente que ela recebe é um par de castiçais. Antes da chegada da noiva, o noivo e mais duas testemunhas assinam a Ketubá, um contrato de casamento descrito em hebraico e português, que estipula as responsabilidades mútuas entre marido e mulher. Nas sinagogas liberais, a noiva também assina esse contrato. A Ketubá torna-se propriedade pessoal da noiva, sendo-lhe entregue assim que é lida. Na celebração religiosa judaica, os padrinhos não assinam atas ou documentos da sinagoga. Mas estes padrinhos, assim como nos enlaces católicos, anglicanos, evangélicos e luteranos, são valorizados na entrada e saída de cortejo. O véu da noiva judia é um simbolismo da confiança no noivo e um ato de discrição.
O dia do casamento
O dia do casamento judaico para os noivos é como um Yom Kipur pessoal. É passado em jejum, oração, atos de bondade (tsedacá) e reflexão espiritual.
A tradição nos diz que neste dia D’us perdoa completamente ambos pelas transgressões cometidas em suas vidas, para que possam começar suas vidas de casados em um estado totalmente puro.
O primeiro ato da cerimônia é a assinatura do Ketubah, o conhecido o contrato de casamento judaico, que estabelece os termos legais do casamento. Ainda hoje ele é assinado, mesmo que haja um casamento no civil para fins sociais. Devem assinar conjuntamente o documento quatro testemunhas e o rabino. Os homens podem ou não assinar o Get, abrindo mão de seus bens e do dote em caso de divórcio. Este último documento não é obrigatório. Mas o get também diz que eles não podem casar novamente. Ketubah.
Começa então o ato simbólico conhecido como Bedecken, no qual o noivo coloca o véu sobre o rosto da noiva. Para a tradição judaica, o ato quer dizer que o futuro marido quer vestir e proteger sua esposa. É uma tradição bíblica antiga, desde os tempos antes de Jesus. Bedecken Há a troca de anéis, logo após um discursos do rabino ou celebrador oficializando a união e falando da importância do casamento. Haverá uma oração, geralmente cantada falando da tristeza povo judeu na destruição dos Templos em Jerusalém. Logo após isso o casal troca as alianças, sendo o homem dando à mulher e vice versa. A cerimônia termina com a quebra de um vidro pelo noivo para simbolizar mais uma vez a destruição dos Templos.
Micvê, o banho ritual de corpo e alma.
Antes da núpcias, a noiva deve imergir nas águas do micvê para uma purificação espiritual (este ato deve ser repetido todos os meses). Recomenda-se que nesta data o noivo também se purifique no micvê com este mesmo propósito.
A união conjugal do casal é uma expressão física da unidade espiritual dos dois. Afirmando esta unidade dentro do quadro de uma orientação Divina das leis de Taharat Hamishpachá – a pureza familiar – a imersão no micvê eleva um ato físico em um ato imbuído com a santidade Divina. Isto atrai as bênçãos Divinas de paz e harmonia e tudo de bom no meio do lar e da família.
Por ser um assunto extremamente complexo, que requer um esclarecimento mais amplo e profundo, as leis de pureza familiar são minuciosamente estudadas pelo noivo e pela noiva com orientadores competentes.
O jejum do dia do casamento.
Uma antiga tradição aconselha noiva e noivo a jejuarem no dia de seu casamento, desde o nascer do sol até depois da cerimônia em baixo da chupá, pálio nupcial, comendo a sua primeira refeição juntos no fim da cerimônia nupcial. (em certos dias festivos como em Shabat, Rosh Chôdesh, Chanucá, etc., não é permitido jejuar).
Além do jejum, os noivos lêem salmos e oram pelo perdão de D’us (como em Yom Kipur).
O Kitel.
Antes da chupá, o noivo veste o kitel branco, veste tradicionalmente usada em Yom Kipur, sob seu terno. É esse o seu traje durante toda a cerimônia da chupá. O kitel lembra uma mortalha. Mesmo neste seu dia mais feliz o homem deve lembrar que é mortal. Este pensamento afastará a pessoa do pecado, pois terá sempre D’us em mente.
Recordar o dia da morte é também um lembrete para o casal que o casamento deve perdurar até o último dia de suas vidas.
O Talit
No Monte Sinai, no “Grande Casamento” entre D’us e o povo de Israel, os judeus tiveram a visão de D’us envolto em um talit, xale de orações. Por este motivo, é um antigo costume judaico que a noiva dê ao noivo um talit novo como presente antes do casamento (e o noivo presenteia a noiva com um par de castiçais)
O vestido da noiva
A tradição nos conta que D’us, Ele próprio, enfeitou Chava (Eva), a primeira mulher, para o seu casamento com Adam (Adão). Por esta razão, a noiva se prepara e se enfeita para o seu casamento.
Costuma-se usar vestido de cor clara, que indica pureza, já que todos os pecados dos noivos são perdoados no dia de seu casamento.
O contrato de noivado.
A tradição judaica especifica que, antes da cerimônia do casamento, os contratos, num texto padrão, sejam elaborados num documento escrito e assinado por duas testemunhas e pelos noivos. As testemunhas devem ser homens adultos, seguidores das mitsvot, preceitos, da Torá, sem serem parentes dos noivos e entre si.
O contrato de noivado pode ser feito com antecedência, mas há um costume de realizá-lo logo antes da chupá, são lidos e assinados na Cabalat Panim, antes da cerimônia de casamento. Após a leitura do documento, as mães dos noivos quebram um prato de porcelana. O prato de porcelana é quebrado para indicar que como a porcelana nunca pode ser consertada, um contrato de noivado quebrado é muito grave.
O contrato de casamento.
O contrato matrimonial especifica as responsabilidades do marido para com sua esposa, como provê-la com alimento, roupa e direitos conjugais .
A assinatura da Ketubá, contrato judaico de casamento, demonstra que os noivos não vêem o casamento apenas como uma união física e emocional, mas também como um compromisso legal e moral. Dois homens seguidores das mitsvot servem de testemunhas no ato da assinatura da Ketubá, assegurando que tudo seja feito de acordo com a prática legal e tradicional judaica.
Cabalat Panim – cerimônia de saudação aos noivos.
A celebração do casamento judaico inicia-se com a Cabalat Panim, uma recepção na qual o noivo, e a noiva, são cumprimentados por parentes e amigos. A noiva e o noivo sentam-se em locais distintos e as recepções ocorrem separadamente, já que noivo e noiva não se vêem na semana anterior ao casamento (alguns costumam não se ver desde a noite do micvê).
A tradição nos diz que em certas ocasiões especiais D’us escuta e atende nossas preces com mais intensidade: nos momentos do acendimento das velas de Shabat na sexta-feira à noite, por exemplo. Para o noivo e noiva, o dia do casamento é outra destas ocasiões especiais, especialmente em baixo da chupá. É costume e apropriado se aproximar dos noivos e pedir a eles que rezem por um amigo ou pessoa querida que necessita particularmente das bênçãos de D’us (por alguém que se encontra enfermo, por alguém que deseja casar-se, etc.).
A recepção da noiva.
É um mandamento positivo, de origem rabínica, honrar e louvar a noiva, providenciar o que ela necessita e alegrá-la. O Talmud designa-lhe um “trono de noiva” e instrui todos os que comparecerem a agir como o seu séquito. A noiva neste dia é chamada de rainha e o noivo, de rei.
Durante a recepção nupcial, cercada por sua família, a noiva senta-se sobre o seu “trono” e é cumprimentada pelas convidadas, enquanto parentes e amigas dançam em sua honra.
A recepção do noivo.
Em certas comunidades, o noivo, recita um Maamar (discurso chassídico de Torá) sobre o significado espiritual do casamento. Com isto ele demonstra que, mesmo no momento mais feliz de sua vida, não esquece de D’us e da Torá. Ele quer que seu casamento esteja baseado nos fundamentos da Torá.
Em alguns círculos, as pessoas costumam interromper o noivo com canções no meio de seu discurso. Sendo o casamento uma réplica da outorga da Torá, já que D’us pronunciou os Dez Mandamentos, o noivo profere um discurso: mas assim como as Tábuas da Lei foram quebradas, também o discurso do noivo é interrompido.
Convidados especiais
É sabido que os antepassados do casal descem do mundo da verdade para participar da celebração do casamento. Almas ancestrais de três gerações participam de todos os casamentos judaicos. Em alguns casamentos, de diferentes níveis, até gerações mais antigas estão presentes.
É por este motivo que é um costume, em cemitério judaico em ocasiões tristes como o passamento de um ente querido, cumprimentar ao que sofreu a perda com a expressão: “Of simches”, “Somente em festas”. Sabe-se que a alma da pessoa falecida estará presente na próxima celebração de uma festa judaica da família (brit-milá, bar-mitsvá, casamento).
Cobrir o rosto da noiva.
A última etapa preparatória para o casamento ocorre quando o noivo, acompanhado por seus pais e todos os convidados, se dirige até o local onde a noiva está recebendo os convidados. Lá, ele coloca o véu sobre a cabeça da noiva, que fica ladeada pelas duas mães.
Neste momento, é costume os pais abençoarem a noiva, colocando suas mãos por cima da cabeça da noiva e proferindo a bênção: “Que D’us te faça como as Matriarcas Sara, Rivca, Rachel e Lea” e também a bênção sacerdotal.
Os pais podem também acrescentar qualquer bênção ou prece particular. Aprendemos a proceder assim de D’us, que abençoou Adam e Chava antes de seu casamento.
O costume de se cobrir o rosto da noiva lembra a nossa matriarca Rivca, em seu recato, cobrindo seu rosto com um véu em seu primeiro encontro com Yitschac.
Cobrir os cabelos simboliza a modéstia que caracteriza as virtudes da mulher judia. O casamento de Yitschac com Rivca marcou o começo do povo judeu. Imitando o gesto de Rivca, a noiva espera de que seja igualmente merecedora das bênçãos Divinas no seu casamento.
Outro motivo pelo qual o noivo cobre o rosto da noiva é que a Presença Divina irradia do rosto da noiva neste momento, e por isto deve ser coberto. Mais um motivo é para indicar que o noivo não está interessado apenas na sua beleza física, pois beleza é algo passageiro, pode desvanecer com o tempo. Ele está atraído pelas suas qualidades espirituais, algo que ela nunca irá perder.
De certa maneira, cada noiva é um reflexo de Rivca, pois o casamento não é somente um processo particular que une duas pessoas dispostas a construir um lar individual, mas é uma instituição sagrada que abrange o povo todo. É uma união que traz à tona milhares de resultados benéficos para o casal e para toda a comunidade.
No seu caminho para a chupá, o noivo, junto com seus acompanhantes, faz uma rápida parada num local onde vestirá o kitel, manto branco, e prosseguem até a chupá seguido pela noiva, acompanhada pelas duas mães e pelas mulheres presentes.
O casamento.
Os pais que acompanham o noivo e a noiva até a chupá seguram velas acesas. Já que os noivos são comparados a rei e rainha, devem ser escoltados por um séquito.
Nossos sábios nos contam que no casamento do primeiro casal, os anjos Michael e Gavriel escoltaram Adam e o levaram até Chava. Também Moshé e Aharon levaram o povo de Israel para o “casamento” com D’us, ao redor do Monte Sinai. Assim como D’us foi acompanhado pelas duas Tábuas da Lei e por miríades de anjos, os noivos são acompanhados pelos pais.
Os acompanhantes que levam as velas ficavam à direita e à esquerda dos noivos. A mão direita representa bondade e a esquerda, firmeza. Direita e esquerda simbolizam o relacionamento entre o casal que deve ser contrabalançam com amor e firmeza – saber dar e não procurar só receber.
Aharon, que procurava a paz e o amor entre as pessoas, personifica a harmonia que deve existir entre marido e mulher; e Moshê, que recebeu a Torá, representa as leis e regras que devem reger a nossa vida. Leis e regulamentos devem ser obedecidos num espírito de união e cessão, entrando o casal sempre em acordo.
As velas.
O motivo do uso das velas é que, quando acesas, parecem com uma tocha de luz, lembrando os relâmpagos faiscando no Monte Sinai que acompanharam o povo de Israel, e o fulgor que acompanhou D’us, na outorga da Torá.
As velas também representam as almas dos entes queridos que partiram e que se reúnem ao casal nesta noite.
O cortejo.
O noivo chega primeiro à chupá, lembrando a outorga da Torá. D’us apareceu na montanha e precisou esperar o povo de Israel. Outro motivo porque o noivo vem primeiro é que um casamento só pode ser ajustado com o consentimento da mulher. Por isto, ela vai à chupá para o noivo, mostrando que realmente deseja este casamento.
É costume que os noivos não levem nada nos bolsos, nem usem jóias durante a cerimônia da chupá, para indicar que cada um é aceito pelo outro por aquilo que é e não por causa das suas posses. Outro motivo é que o noivo, no dia do seu casamento, é como o Cohen Gadol (o Sumo Sacerdote) em Yom Kipur, quando entrava no santo dos Santos. Lá ele usava uma roupa branca simples, sem bolsos e sem trajar suas roupas douradas.
Assim como os Leviyim (levitas), acompanhavam o serviço Divino no Templo com instrumentos musicais, também os noivos são acompanhados com música à chupá.
A chupá – o pálio nupcial.
A cerimônia do casamento deve ser realizada preferivelmente sob céu aberto, lembrando a bênção de D’us para que a semente de Avraham fosse tão numerosa como as estrelas. A cerimônia ocorre sob a chupá, cobertura ou proteção, que representa a casa que o novo casal irá estabelecer unido.
Da mesma forma como a tenda de Avraham era aberta nos quadro lados para acolher hóspedes de todas as direções, a chupá aberta simboliza o desejo de sempre se ter um lar aberto e acolhedor.
A chupá envolvendo os noivos representa a bênção infinita de D’us em resposta a busca de ambos. Uma bênção que ajudará a frutificar seus desejos de construir um lar sobre a fundação de Torá e mitsvot.
A chupá por cima da cabeça dos noivos simboliza que estas duas almas estavam inicialmente interligadas e unidas, e que seu encontro e casamento constitui realmente uma reunificação. Quando vieram a este mundo material, receberam corpos físicos dentro dos quais a alma original se separou. Finalmente elas se reencontram e se reúnem. Isto explica a grande alegria de um casamento. Uma reunião após uma separação temporária é muito mais emocionante que a união de algo completamente novo.
A chupá também relembra a Revelação no Monte Sinai, onde o povo de Israel foi consagrado a D’us, quando Ele ergueu a montanha sobre suas cabeças como uma chupá. A chupá também lembra o Mishcan, Tabernáculo, o Santuário de D’us, construído no deserto do Sinai. Seu teto foi feito de tapeçarias apoiadas sobre colunas de madeira, como a chupá.
A chupá também representa o conceito da harmonia conjugal, o qual só pode ser alcançado com amor e respeito e quando o casal se dedica a uma meta comum acima e além do seu próprio ser limitado; a uma meta Divina que os abrange, abraça, eleva e refina.
A chupá sob o céu aberto, reflete a esperança de que esta união será abençoada com muito brilho, como as estrelas que iluminam o céu. Às vezes, uma estrela parece não ter muita claridade, mas dá para reconhecer que ela está emitindo luz na imensa escuridão do céu. Assim também na vida de um indivíduo ou de um casal, há mérito e valor em cada ato, palavra ou pensamento por mínimos que sejam.
A felicidade se desenvolve a partir do total de pequenas minúcias e detalhes que constituem a vida cotidiana de um casal. Respeitando o próximo em áreas maiores é apenas civilidade. Respeito e consideração nos pequenos detalhes é indicativo de um relacionamento realmente afetivo e saudável.
As sete voltas.
Ao chegarem à chupá, a noiva, os pais (e, segundo a tradição de alguns, até os avós) circundam o noivo sete vezes. Este é um costume de origem cabalística, difundido apenas entre as comunidades judaicas ashkenazitas (ocidentais). As voltas são alusivas aos sete dias da Criação.
O Rebe explica o significado das voltas da noiva, e da colocação do anel, adquirido pelo noivo, no dedo da noiva:
“Em sua nova vida e estabelecimento de um lar judaico, é da máxima importância que noivo e noiva renovem sua devoção a D’us e ao Serviço Divino; uma devoção acima de todos os limites, superior à sua inteligência e aos seus sentimentos limitados, mas principalmente uma devoção absoluta para seguir a D’us e Seus mandamentos. Mesmo se não encontram motivos para uma lei específica, ou se são desafiados em qualquer aspecto, material, física, emocional e espiritualmente, ambos permanecerão leais a D’us, à Sua Torá e às Suas mitsvot.
“Este tipo de devoção é simbolizado por um círculo, que não tem início nem fim, representando uma dimensão que está além dos limites; que é total. O circundar da noiva em torno do noivo representa o seu investimento no casamento por um compromisso absoluto à construção de um lar de acordo com a vontade de D’us. A aliança que o noivo oferece à noiva representa o seu investimento de uma devoção ilimitada e essencial a D’us, Sua Torá e mitsvot.”
Outros motivos das sete voltas:
Lembra as sete expressões de noivado entre D’us, o noivo, e Israel, a noiva. “Eu te consagro a Mim para sempre. Eu te consagro a Mim em misericórdia e em julgamento, e em amor, e em retidão. Eu te consagro a Mim em fidelidade, e tu conhecerás D’us.”
No dia do seu casamento o noivo é comparado a um rei. Assim como o rei é cercado pela sua legião, o noivo deve ser rodeado pela noiva e o seu séquito.
Recorda as sete vezes que as tiras dos tefilin são enroladas no braço do homem. Assim como o homem se liga em amor a D’us, assim ele é “amarrado” à sua esposa, entre outras razões.
Após terminar as sete voltas, a noiva fica ao lado direito do noivo, em sinal que estará sempre a seu lado para qualquer ajuda.
Kidushin – consagração.
Já que o casamento é uma mitsvá, preceito Divino, uma bênção é recitada antes de sua execução em agradecimento pela santificação de D’us à união.
O casamento judaico torna-se cadosh através de todo o significado que permeia a cerimônia em todos os detalhes, através de kidushin, consagração, e os alicerces que deverão formar o novo lar e o relacionamento do casal.
A aliança.
A entrega da aliança pelo noivo e sua aceitação pela noiva constitui o ato central da santificação do casamento. É um vínculo eterno que fica estabelecido. A partir do momento em que a aliança é colocada no dedo da noiva, o casal, de acordo com a Lei Judaica, é considerado casado.
A aliança simboliza o elo numa corrente, também um círculo sem fim representando o ciclo da vida.
O ato de dar o anel também simboliza a transferência de poder e autoridade. Assim o marido simbolicamente transfere à sua nova esposa a autoridade sobre seu lar e tudo que se encontra nele. A partir deste momento tudo em sua vida será repartido. O anel também simboliza a proteção que o marido dá a sua esposa; assim como o anel envolve o dedo, também sua aura de proteção envolve a esposa. A aliança simboliza a confiança e lealdade que envolve o casal pelo resto de sua vida.
O costume é que a aliança seja redonda, de ouro sólido, simples e perfeitamente lisa, sem pedras preciosas, desenho ou gravação, nem mesmo por dentro (após o casamento pode-se gravar o que quiser nela) para que represente um simples círculo inquebrável e ilimitado entre o casal.
A aliança deve ser colocada no dedo indicador da mão mais forte da noiva (canhota ou direita), sem interferência de luvas (caso estiver usando alguma), mas diretamente em seu dedo. Antes de colocar a aliança, o noivo recita a seguinte frase:
“Com este anel, tu és consagrada a mim conforme a lei de Moshê e Israel” e as testemunhas falam: “Está casada”.
Ao aceitar o anel, a noiva consente ao kidushin, consagração, significando a singularidade do casamento judaico, estabelecendo uma relação em um lar onde D’us, Ele mesmo, habita.
A ketubá logo em seguida é lida em voz alta para todos os presentes e são recitadas, Sheva Brachot, Sete Bênçãos aos noivos.
O ato de quebrar o copo.
O ato final da cerimônia é a quebra de um copo de vidro pelo chatan, lembrando a todos que mesmo na maior alegria pessoal devemos lembrar a destruição do Templo Sagrado de Jerusalém e continuar a almejar pela sua reconstrução.
Outros significados para a quebra do copo:
Nos lembra as primeiras Tábuas da Lei, quebradas após o “Grande casamento” entre D’us e o povo de Israel; que somos mortais e devemos nos casar e multiplicar; que somos como vidro, que mesmo quebrado, pode ser reconstituído, como através de nosso sincero arrependimento somos perdoados.
Ao som do copo quebrado, a atmosfera solene é rompida e substituída por danças e música. Todos devem animar os noivos expressando a alegria e apoio ao casal que constitui a partir deste momento, mais um elo na corrente de vida através da Torá.
O casamento será fortalecido a cada dia através do entendimento entre ambos, dos limites do outro, companheirismo, amizade, carinho, amor, respeito e cumprimento das leis de pureza familiar. Estes são os verdadeiros valores que consagram um casamento judaico.
Contatos do Coral e Orquestra Toccata – São Paulo:
(11) 3021-0878; (11) 3023-4292; (11) 3021-0829
Email: toccata@toccata.com.br
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